
Sábado, 7 de junho de 2025
AGU pede que STF adote medidas urgentes responsabilizando redes sociais por fakenews s33c
AGU pede que STF adote medidas urgentes para responsabilizar redes sociais por notícias falsas 2p2u4a
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Publicado em: 27/05/2025 às 05h21A Advocacia Geral da União (AGU) quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) adote imediatamente medidas contra as redes sociais. O órgão aponta que há omissão “em evitar a divulgação de conteúdo ilícito em suas plataformas digitais”.
A movimentação do governo insere-se no julgamento em curso no STF sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965). A lei assegura a liberdade de expressão e impede a censura, garantindo que as redes sociais só podem ser responsabilizadas se, após ordem judicial específica, não tomarem as providências para tornar indisponível o conteúdo que estiver infringindo a lei.
A tese defendida pela Advocacia Geral da União propõe que as redes sociais que impulsionam, moderam ou recomendam conteúdo ilícito devem ser responsabilizadas independentemente de notificação judicial.
O pedido da AGU foi feito por meio de um requerimento de tutela de urgência, que é uma medida judicial que tem como objetivo antecipar ou garantir direitos em situações em que há risco de dano irreparável ou de difícil reparação. É uma forma de obter uma decisão provisória antes do julgamento final do caso.
“A União requer a concessão de tutela de urgência, garantindo-se a aplicação imediata de medidas judiciais aptas a cessar os danos acima expostos e com a finalidade de que seja assegurado resultado útil ao processo até a conclusão do julgamento”, aponta o documento assinado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias.
União quer responsabilizar redes sociais mesmo sem ação judicial 2a4d40
O cerne da discussão é a extensão dessa regra e em quais situações essa proteção se aplica.
Para a AGU, as redes sociais também podem ser responsabilizadas por permitir a atuação de perfis falsos ou automatizados. Além disso, devem ser responsabilizadas solidariamente com os anunciantes em casos de fraudes, racismo, violência contra mulheres e crianças, incitação ao suicídio, uso indevido de IA e desinformação eleitoral.
Para embasar o pedido, o governo apontou que fez um “apanhado de dados recentes” que reforçam a necessidade da medida ser adotada mesmo sem o fim do julgamento no STF. Entre os casos mencionados estão anúncios veiculados no Facebook e no Instagram que estariam prometendo indenizações após as fraudes de mais de R$ 6 bilhões contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), descobertas pela Operação Sem Desconto.
A morte de crianças que participaram de desafios propostos em redes sociais como o TikTok e Kwai também está na lista da AGU. Os casos tiveram repercussão, em especial, após um episódio que envolveu a primeira-dama Janja da Silva e o ditador chinês Xi Jinping. Janja teria feito uma intervenção sobre as redes sociais durante a viagem que fez junto do marido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O episódio causou desconforto entre membros do governo e Janja rebateu as críticas dizendo que não se calará.