Hipóteses para explicar os votos de Bolsonaro que as pesquisas não previram - Caarapó Online 6w4216

CAARAPÓ - MS, sábado, 7 de junho de 2025


Hipóteses para explicar os votos de Bolsonaro que as pesquisas não previram 6o206c

O Datafolha estimou em 36% o número de votos válidos de Bolsonaro, e o Ipec, em 37%, o que daria, em uma conta simples, em torno de 42 milhões de votos dos 118,2 milhões de votos válidos computados para o cargo de presidente 286n1e

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Publicado em: 03/10/2022 às 16h29

BBC News

A votação acima do previsto pelos institutos de pesquisas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros candidatos associados ao bolsonarismo gerou surpresa e debates. Na véspera do primeiro turno, as pesquisas Datafolha e Ipec mostravam uma vantagem de cerca de 14 pontos percentuais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro.

O Datafolha estimou em 36% o número de votos válidos de Bolsonaro, e o Ipec, em 37%, o que daria, em uma conta simples, em torno de 42 milhões dos 118,2 milhões de votos válidos computados no último domingo (02.10) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas o atual presidente teve, na realidade, 51 milhões de votos válidos, ou seja, 43,2%, acima da margem de erro das pesquisas, de dois pontos percentuais.

No rescaldo do primeiro turno, especialistas levantam hipóteses que - isoladamente ou em conjunto - podem ajudar a explicar as discrepâncias. Ao mesmo tempo, representantes dos institutos de pesquisa dizem que as sondagens captam o momento e não são uma previsão de futuro.

Censo defasado 36t4g

Retrato mais fiel da composição da população brasileira, o Censo está desatualizado: os dados consolidados mais recentes são de 2010. A coleta de dados atualizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada duas vezes - por conta da pandemia e por falta de verbas - e só começou em agosto de 2022.

E qual o impacto eleitoral disso? É que os institutos conduzem suas pesquisas de opinião com base em amostras de recortes da população - de renda, idade, classe social ou religião, por exemplo. Se essas amostras estatísticas forem embasadas em conjuntos populacionais desatualizados, isso pode impactar o resultado das pesquisas eleitorais, segundo estatísticos.

Os institutos de pesquisa, é claro, têm ciência das limitações impostas pelo Censo e usam dados adicionais para calibrar suas amostragens - como os da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad) ou do Tribunal Superior Eleitoral.

Mesmo assim, analistas veem a possibilidade de certos grupos teoricamente mais alinhados a Bolsonaro estarem subestimados. Os evangélicos, por exemplo, eram 22% no Censo de 2010, mas pesquisas do Datafolha já sinalizavam que esse público havia subido para 31% da população em 2019.

Mobilização entre evangélicos 4r196i

A campanha entre o eleitorado evangélico na reta final, por sinal, pode ter feito diferença em favor de Bolsonaro, avaliou a brasilianista Amy Erica Smith, da Universidade Estadual de Iowa.

"É possível que a campanha dentro das igrejas ou nas redes sociais direcionada aos fiéis evangélicos tenha tido um papel relevante nos resultados", disse à BBC News Brasil a professora, que é autora do livro Religion and Brazilian Democracy: Mobilizing the People of God (Religião e Democracia Brasileira: Mobilizando o Povo de Deus, em tradução literal).

Ela agregou que é comum que nos dias que antecedem o pleito ou no próprio domingo de votação, líderes religiosos defendam candidatos em sermões ou redes sociais.

"Com isso, pode haver mudanças de última hora em favor do candidato apoiado pelas igrejas", disse. "Alguns chamam isso de clientelismo, mas não é bem por aí, porque não há necessariamente compra de votos. O que acontece é que muitas pessoas ainda estão indecisas e acabam tomando a decisão no último dia, influenciadas pelas igrejas".

Outra possibilidade para esse grupo não ter sido plenamente captado pelos institutos de opinião é que "Bolsonaro em vários momentos pregou certa desconfiança em relação às pesquisas. Isso pode ter feito com que alguns de seus eleitores não respondessem aos questionários e pesquisadores", avalia Amy Erica Smith.

Além disso, o público evangélico foi alvo frequente de desinformação e fake news nestas eleições: reportagem da BBC News Brasil mostra que filhos e aliados de Bolsonaro difundiram amplamente falsas notícias associando Lula à perseguição religiosa.

"As pessoas estão mais informadas em relação ao perigo das fake news do que estavam em 2018, quando muitos foram pegos de surpresa. Mas certamente esse tipo de desinformação com fundo religioso terá grande impacto no resultado", disse à BBC News Brasil, antes das eleições, Magali Cunha, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) e editora-geral do Coletivo Bereia, especializado em checagem de notícias falsas com teor religioso.

'Voto envergonhado' 41542d

Um fenômeno ainda a ser plenamente compreendido nestas eleições é o do chamado "voto envergonhado" ou "amedrontado" - ou seja, de eleitores que deixariam de expressar sua preferência às sondagens eleitorais por "vergonha" ou "medo".

Esse fenômeno se baseia em uma teoria de comunicação de massa conhecida como "espiral do silêncio", segundo a qual o indivíduo tende a omitir sua opinião quando ela contraria a opinião dominante, por medo de isolamento social.

Nos meses anteriores à votação, o cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), levantou a hipótese de haver voto envergonhado em Bolsonaro entre camadas do eleitorado em que Luiz Inácio Lula da Silva se manteve majoritário, por exemplo nas camadas de baixa renda e escolaridade.

Lavareda disse na ocasião que discrepâncias entre resultados de pesquisas de intenção de voto presenciais (quando as pessoas podem se sentir mais inibidas a falar diante de pessoas conhecidas) e por telefone poderiam sugerir uma subnotificação de votos bolsonaristas.

O cientista político Felipe Nunes, do instituto de pesquisas Quaest, disse que, na verdade, seus levantamentos haviam identificado o contrário: um possível voto envergonhado em Lula, explicável pelo medo de sofrer violência ou por ser associado aos escândalos de corrupção atribuídos ao PT.

Outros institutos de pesquisa, como Ipec (Ex-IBOP) e Datafolha, disseram não ter identificado evidências de subnotificação, mas já adiantavam que só depois das eleições seria possível ter certeza se a "espiral do silêncio" de fato aconteceria ou não.

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