Racha do PT no RJ pode contaminar sigla nacional e escalar crise no governo Lula DA SILVA - Caarapó Online 3w2f69

CAARAPÓ - MS, sábado, 7 de junho de 2025


Racha do PT no RJ pode contaminar sigla nacional e escalar crise no governo Lula DA SILVA 3b5l3r

Racha do PT no Rio pode contaminar sigla nacional e escalar crise no governo Lula 6ge1k

1l6d4

Publicado em: 05/03/2025 às 19h26

JULIET MANFRIN

O embate entre a ministra da Igualdade Racial do governo de Lula da Silva (PT), Anielle Franco, e o vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, prefeito de Maricá (RJ), vem ganhando novos capítulos após as trocas de acusações, denúncias mútuas e pedidos de investigação no Conselho de Ética do partido. A disputa já escalou para o Tribunal de Contas da União (TCU).

Para especialistas, a briga, que já parece extrapolar a disputa no Rio de Janeiro – ambos são do estado – pode avançar e afetar em cheio o governo Lula, que enfrenta sua pior crise de popularidade, e o cenário eleitoral de 2026. Quaquá, ligado a um PT mais “raiz”, sindicalista e voltado a uma linha mais marxista com décadas no partido, tem defendido publicamente e articulado o nome do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), como vice de Lula na disputa à reeleição no ano que vem.

Quaquá acredita que essa aliança fortaleceria a candidatura petista ao atrair o PSD e o MDB com o objetivo de isolar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no estado, mas a ideia enfrenta desafios, como a disposição do líder do PSD, Gilberto Kassab, em apoiar Lula, além da estratégia do MDB, que pode optar pela neutralidade no primeiro turno.

Paralelamente às articulações para o próximo ano, Quaquá intensifica seu embate com uma potencial rival interna. A ministra Anielle Franco é ligada a uma ala do Psol. Ela é irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio em março de 2018, e possui uma ligação muito próxima com a primeira-dama, Janja da Silva.

“Tudo o que o governo não precisa é de um racha interno que mostra que está escalando. Não se trata de apenas dois filiados, estamos falando do vice-presidente nacional do PT e de uma ministra de Estado. A inércia do partido em resolver logo a situação pode trazer consequências graves ao PT e ao governo”, alerta a especialista em gerenciamento de crises na istração pública Clarissa Andrade. Ela analisa que o foco pode estar em uma disputa para o estado em 2026.

Quaquá e Anielle Franco vêm se envolvendo em embates públicos desde que o vice-presidente do PT publicou uma foto com familiares de Domingos e Chiquinho Brazão em janeiro, apontados como mandantes do assassinato de Marielle Franco, irmã da ministra, e seu motorista Anderson Gomes. Na ocasião da publicação da foto, a ministra pediu que Quaquá não mencionasse o nome de sua irmã e considerou “inissível” e repugnante o uso do caso sem responsabilidade.

Em fevereiro a novela teve novos capítulos. Quaquá disse que “na esquerda e na direita essa gente virou santo de bordel” e que “isso tem tirado a credibilidade da política”, ao anunciar que entraria com pedido de investigação à Comissão de Ética para mostrar ao PT todos os indícios que já possuía contra Anielle Franco.

Ele se referia a uma suposta indicação feita pela ministra de um funcionário fantasma no município de Maricá na gestão anterior a dele, a qual se encerrou em 31 de dezembro do ano ado. Anielle tem negado os fatos. Ela vem afirmando publicamente que está sofrendo perseguição política e que não vai “tolerar a tentativa de desinformação ou de notícias falsas”.

“Se a situação escalar, não são apenas os dois afetados, o partido e o governo sofrem o impacto e o cenário mostra a falta de destreza em istrar a crise internamente”, destaca a especialista.

Na semana retrasada, o presidente do PT na cidade do Rio de Janeiro, Tiago Santana, saiu em defesa da ministra - contra Quaquá - em um evidente racha interno do partido. O PT, no entanto, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso e o carnaval não teria sido suficiente para abafar o embate. Em uma nota de repúdio contra Quaquá, Santana disse que a tentativa de tirar credibilidade de Anielle Franco “com calúnias diz mais sobre quem a ataca do que sobre ela”.

“É inissível que, dentro do nosso próprio partido, uma mulher negra em posição de poder seja alvo de intimidação e desqualificação. Essa postura ultraa o debate político e reforça as estruturas de opressão que combatemos diariamente. Não podemos permitir que ataques assim sejam naturalizados", afirma a nota de Santana.

Enquanto isso, Quaquá segue defendendo que Anielle tem usado a morte da irmã de forma política e para se promover.

Para o cientista político Gustavo Alvos, o avanço dos desentendimentos fragiliza o partido, que já tem enfrentado ao longo dos anos uma séria derrocada. “O PT vem perdendo espaço, as denúncias se evidenciam em um momento em que a aprovação do governo Lula é a pior da história e me parece que o PT não tem conseguido resolver isso internamente, sem extrapolar os limites de um novo potencial escândalo para o governo", salienta.

O especialista lembra que entre os exemplos esteve o evento dos 45 anos do partido no Rio de Janeiro celebrado nos dias 21 e 22 de fevereiro, que contou inclusive com a presença de Lula. "Não me parece que houve esforço para tentar resolver o estresse que escala à cena política, pois se trata do vice-presidente nacional da sigla e de uma ministra do governo".

Incendiando o debate, Quaquá vem se manifestando em defesa da inocência dos irmãos Brazão quanto à morte da vereadora Marielle Franco e diz considerar as acusações contra eles “infundadas e sem provas”.

Suposto funcionário fantasma e contratações de pessoas próximas de Anielle para consultoria ao ministério 624w1h


A denúncia de Quaquá sobre o suposto funcionário fantasma indicado supostamente por Anielle Franco é Alex da Mata Barros, que ocupou uma posição na autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) de junho de 2021 e lá permaneceu até janeiro de 2025. A Gazeta do Povo não conseguiu contato com a defesa dele. Segundo Quaquá, Barros teria atuado simultaneamente como consultor do Ministério da Igualdade Racial, comandando por Anielle Franco.

O ministério tem afirmado que a vaga de consultor foi oferecida pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (Banco CAF) e que Anielle Franco não fez indicações para a prefeitura ou para o projeto mencionado. A pasta destacou que o processo seletivo foi conduzido com critérios técnicos e transparência, com análise de currículos e experiência profissional deste e de outros candidatos.

Isso porque, outras denúncias vieram à tona nos dias seguintes e dizem respeito ao mesmo processo seletivo para a contratação de consultores do projeto voltado ao fortalecimento das secretarias do Ministério da Igualdade Racial e financiado pelo Banco CAF. A informação inicial foi divulgada pelo site Antagonista e depois pelo jornal Folha de S. Paulo.

O oferecimento e preenchimento das vagas foram confirmadas pela Gazeta do Povo. Parte dos selecionados tem vínculos pessoais e profissionais com Anielle Franco. Entre os contratados estão sua madrinha de casamento, uma amiga e uma ex-coordenadora do Instituto Marielle Franco.

O projeto em questão se chama "Gente Negra Reconstrução e Desenvolvimento", e é fruto de um convênio de cooperação técnica entre o Ministério da Igualdade Racial e o Banco CAF. A Gazeta do Povo procurou o banco, que não respondeu ao pedido de entrevista.

O projeto em acordo de cooperação técnica tinha orçamento de US$ 300 mil, mais de R$ 1,7 milhão na cotação atual. Nesse projeto, foram disponibilizadas seis vagas, sendo uma para coordenador e cinco para consultorias temáticas, todas financiadas pelo CAF.

“Pode não haver irregularidades nas contratações, nas indicações, nem favorecimentos, mas necessita de esclarecimentos sobre os processos. Na istração pública existe a impessoalidade, a  isonomia e a transparência, que no mínimo sejam esclarecidos estes fatos às contratações”, afirma a gestora de crises Clarissa Andrade.

A vaga de coordenador oferecida na parceria entre o ministério comandando por Anielle Franco e o Banco CAF, cuja remuneração prevista era de US$ 66 mil (cerca de R$ 342 mil) para um período de 12 meses, foi ocupada em maio de 2024 pela jornalista e professora Bianca Santana. Bianca foi madrinha do casamento de Anielle Franco, em cerimônia em julho do mesmo ano. A Gazeta do Povo tentou contato com a jornalista pelas suas redes sociais, mas até a publicação da reportagem não obteve retorno.

Bianca Santana, que não respondeu ao pedido de entrevista feito pela Gazeta do Povo, disse à Folha de S. Paulo que foi selecionada por meio de edital público e ressaltou sua experiência como consultora desde 2007, afirmando que "nem amizade nem o fato de ter sido madrinha de casamento configuram grau de parentesco que impediria a participação no processo seletivo".

Entre os consultores contratados, aparece ainda o nome da sanitarista Fabiana Pinto Fernandes, itida para atuar na área de combate à fome e pobreza com equidade racial e de gênero, com remuneração de US$ 44.928 (aproximadamente R$ 256,5 mil) por um período de dez meses. Fabiana atuou de 2022 a 2024 como coordenadora de Incidência e Pesquisa no Instituto Marielle Franco, fundado por Anielle. Nas redes sociais, ela fez publicações se referindo à ministra como amiga e aparece em diversas fotos ao seu lado. A reportagem não conseguiu contato com Fabiana.

Fabiana Pinto Fernandes também defendeu sua seleção em entrevista, destacando sua trajetória de mais de sete anos na formulação de políticas públicas voltadas para equidade racial e de gênero. Segundo ela, sua contratação foi feita pelo Banco CAF sem qualquer interferência da ministra Anielle Franco.

Já para a vaga voltada à promoção da igualdade racial, inicialmente foi selecionada a pesquisadora Cecilia Maria Izidoro Pinto, coordenadora do grupo de estudos Ori, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No telefone indicado na página oficial do grupo, a informação é que o contato não existe. O núcleo tem entre seus pesquisadores a própria Anielle Franco.

Na página oficial do grupo de estudos, a pesquisadora Cecília Pinto diz que “atualmente é Superintendente Adjunta à Superintendência Geral de Ações Afirmativas Diversidade e ibilidade da UFRJ (SGAADA) com experiência na área de Enfermagem nas relações "Étnico-Raciais no Contexto Saúde”.

Em julho, o processo ao qual Cecília Pinto fazia parte foi reaberto e, no mês seguinte, a vaga foi preenchida por Jaqueline Lima Santos, que não tem ligações com a ministra. Jaqueline afirmou ter tido o ao edital via LinkedIn após um compartilhamento.

' $(this).replaceWith(content) }); $('.texto-materia').find('img').each(function() { var legenda = $(this).attr("alt"); var width = $(this).attr("width"); var alinhamento = $(this).attr("align"); var path = $(this).attr("src"); var fullpath = 'http://' + document.domain + path; var link_ini = ''; var link_fim = ''; var conteudo = ''; if (width > 300 ){ w = 700 conteudo = ''; }else{ w = 300 conteudo = link_ini + ''; + link_fim } if (alinhamento == "left"){ float = 'fl mgr20 ' }else{ float = 'fr mgl20 ' } var ahtml = '
'+conteudo+''+ legenda + '
' //$(this).remove() //alert(ahtml) //$(this).append(ahtml) $(this).replaceWith(ahtml) //alert($(this).add(ahtml)) }); $('.zoomimg').on('click', function(event) { // alert( event.isDefaultPrevented() ); // false event.preventDefault(); // alert( $(this).attr("href")) ZoomImage($(this).attr("href")) }); }); function ZoomImage(url){ $("a[rel=galeria_noticias]").fancybox({ 'transitionIn' : 'none', 'transitionOut' : 'none', 'titlePosition' : 'over', 'titleFormat' : function(title, currentArray, currentIndex, currentOpts) { return '[' + (currentIndex + 1) + ' / ' + currentArray.length + '] - ' + title + ''; } }); }



Recomendados para você 2r828