O que o QI (quoeficiente de intelgência) médio de 85 revela sobre o Brasil – e como mudar 2o2mv
O que o QI médio de 85 revela sobre o Brasil – e como mudar isso 1kb6n
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Publicado em: 29/04/2025 às 05h56Circula pelas redes sociais o discurso de que o QI médio do Brasileiro é de 83 pontos, colocando nosso povo no 50º lugar entre as nações do Mundo. Isso deixou muita gente indignada. Um colunista de jornal chegou a afirmar que “o Brasil é um país de asnos”. Somos mesmo?
Vamos entender o que é QI, como funciona a medição, o que ela significa, as sinistras conotações que envolvem essa métrica, as consequências a longo prazo e como é possível reverter isso.
A constatação dos dados 654e6a
Diversos estudos e meta-estudos tentam identificar a média de QI – Quociente de Inteligência de vários países. A qualidade dos estudos varia, como os resultados. O brasileiro tem, segundo esses estudos, um QI entre 83 e 87 pontos, o que é bem baixo. Uma média que chegou a um valor de 85 para o Brasil nos coloca atrás de países como Vietnã (88,5), Malásia (90) e Mongólia (101), o que torna o velho xingamento politicamente incorreto no mínimo irônico.
No primeiro lugar temos o Japão (106,48), seguido de Taiwan, Singapura, Hong Kong, China, Coréia do Sul, Bielorrússia e Finlândia, com 101.2. Os Estados Unidos vêm em 21º lugar, com 98 pontos.
O que é QI afinal? 134q1j
De forma resumida, o QI seria um índice que mede inteligência, mas é mais complicado do que isso. Ele é baseado em uma média individual, o quanto o seu desenvolvimento mental é compatível com sua idade cronológica.
Em 1904 o psicólogo francês Alfred Binet desenvolveu, com seu assistente Théodore Simon, a Escala Binet-Simon, com comportamentos típicos de cada idade, e testes para determinar onde um paciente se encaixaria. O propósito inicial era identificar crianças com dificuldade de aprendizado.
O termo QI surgiu em 1912, quando o psicólogo alemão William Stern criou uma fórmula dividindo a idade mental pela idade cronológica e multiplicando por cem. Assim, se uma criança de 10 anos desempenha atividades com a proficiência de uma criança de 8 anos, seu QI será de 8/10 * 100, que dá 80, quase um Forrest Gump, que tinha QI de 80.
Os testes foram aprimorados, as perguntas agora permitem avaliar habilidades como raciocínio lógico e espacial, compreensão verbal, memória, agilidade de raciocínio, entre outras. Todos os estudos demonstram que pessoas com maior QI são mais bem-sucedidas academicamente, possuem melhores empregos, maiores salários e desenvolvimento profissional.
Então, devemos produzir gente com QIs mais altos? 3m5g2p
Isso é um problema, e perigoso. Inteligência é um fator com 80% de base genética. Com base nisso, no começo do século XX surgiu nos Estados Unidos um movimento para melhorar a reserva genética da sociedade americana, com leis em Estados como a Califórnia e Virgínia, promovendo a esterilização compulsória de indivíduos com QIs abaixo de um determinado valor. Durante este período, que perdurou até a década de 1970, mais de 60 mil pessoas foram esterilizadas.
A Lei de Imigração de 1924 criou cotas para favorecer imigração de países europeus, que tinham uma média de QI bem acima de lugares menos desejáveis, como África e Oriente. No Brasil, entre 1930 e 1945, o governo Vargas, durante o Estado Novo, promoveu uma política eugenista e racista de branqueamento, dificultando a entrada de imigrantes negros, judeus, japoneses, idosos e deficientes.
Adolf Hitler legou as políticas eugenistas às últimas consequências, matando milhões de pessoas consideradas pelo regime nazista como "inferiores" em campos de extermínio. A eugenia caiu em descrédito, embora a Sociedade Americana de Eugenia, fundada em 1922, tenha sido fechada apenas em 2019. Isso mesmo. 2019.
Cruzamento seletivo de humanos e esterilização forçada não é mais algo aceito em sociedades civilizadas, então o QI continuou sendo algo controverso.
E a "raça superior"? 17f2v
Os estudos da época realmente demonstravam que países ricos do Ocidente tinham melhores resultados em QI, o que ajudou a vender a ilusão de que havia raças superiores e inferiores, mas há algumas falhas de metodologia.
Os testes eram escritos por cientistas de países ricos ocidentais, ignoravam dificuldades de compreensão de texto, tradução, cultura e outros fatores. Uma problema formulado com base no futebol americano pode ser incompreensível para quem não tenha familiaridade com o esporte. Os testes de QI hoje se inverteram. Entre os países com maior QI, os seis primeiros são do Oriente.
Não é questão de raça ou dinheiro 5x6c6l
A relação entre QI, renda per capita e investimento em educação por aluno dá abertura a descobertas interessantes.
Não há uma correlação direta entre investimento em educação e aumento de QI. O Brasil investe US$ 500 por estudante, com média de QI de 85. Israel investe US$ 1.500, com média 89,5. A Rússia tem uma média de QI de 94, com investimento em educação por aluno de US$ 600. A China? QI de 104,1 com investimento de apenas US$ 27. Como isso é possível?
A realidade 3l105j
Inteligência é algo precioso. Tem a ver com genética, com as complexas estruturas do cérebro formadas durante a geração, e os primeiros anos de vida. Sem uma alimentação adequada para a mãe e a criança até os cinco anos, o cérebro terá problemas de desenvolvimento, resultando em um decréscimo de até 15 pontos no QI, conforme foi demonstrado em um estudo de 2007.
Ou seja: um novo Einstein pode até nascer na Etiópia, mas são grandes as chances de não atingir seu potencial por causa da desnutrição. Deficiências específicas de vitaminas e nutrientes, como o iodo, podem causar danos ainda mais severos.
QI baixo não é questão de investimento em educação, geralmente se trata de falta de alimentação adequada. A China, depois de investir pesadamente em mecanização e produção agrícola, ou a alimentar seu povo e o resultado veio.
O Brasil tem os QIs mais baixos nas regiões Norte e Nordeste, com média de 85. Sudeste e Sul lideram com 90, mas nos bolsões de pobreza desses Estados, a média cai bastante. Da mesma forma, nas zonas de elite no Norte e Nordeste, o QI também é mais alto, equiparando-se ao Sul e Sudeste.
Como melhorar as condições do Brasil? 5r25q
Sem controle, pode-se criar um distanciamento entre pessoas de regiões com baixo QI e os mais inteligentes. Empregos de alta qualificação serão s, mas como a quantidade de vagas altamente qualificadas é maior do que a de candidatos, haverá escassez de mão-de-obra, agravada pela fuga de cérebros para o exterior, atrás de maiores salários.
É preciso garantir que mães e crianças tenham alimentação adequada. Em três ou quatro gerações, é possível igualar os índices chineses.