Professor concluiu como "inacreditável" concurso do MP que reprovou todos os candidatos b251
Rafael Maia afirma que há precedentes raríssimos semelhantes e que situação é "quase impossível". 6g1u10
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Publicado em: 05/06/2025 às 06h19Nenhum candidato aprovado. O resultado da segunda fase do concurso para promotor de Justiça substituto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul segue repercutindo entre candidatos e especialistas em formação para carreiras jurídicas. O professor Rafael Maia, que há anos atua na preparação de alunos para concursos de magistratura e Ministério Público, classificou a situação como “raríssima” e “quase impossível”.
“Soube da situação a partir de uma mensagem de candidato que estava no concurso, que, assim como os demais, foi reprovado. Depois, outro me falou. Em seguida, o assunto tomou conta das redes sociais, e mais gente foi confirmando”, relatou.
O edital com o resultado foi publicado na terça-feira (04.06) e confirmou que nenhum dos cerca de 200 candidatos que chegaram à etapa discursiva obteve a média mínima de 6 para seguir no certame. O melhor desempenho foi de 5,95.
Excesso de rigor - Para Rafael, que tem 36 anos e já foi aprovado em concursos de juiz, promotor, defensor e analista, a eliminação de todos aponta para critérios de correção possivelmente severos demais.
“É quase impossível que ninguém tenha alcançado a nota. Tem muito candidato preparado fazendo concurso de MP. Com certeza, ali havia muitos com condições de serem aprovados. Ainda não foram divulgadas as provas nem os espelhos de correção, mas, muito possivelmente, foi excesso de rigor dos examinadores”, afirmou.
O professor leciona em cursos preparatórios, especializado em carreiras jurídicas. Segundo ele, situações como essa são extremamente raras. “Nos últimos 15 anos, só me lembro de algo parecido no concurso de promotor da Paraíba, em 2010, em que ninguém ou da primeira fase. Como ocorreu agora, gerou muita repercussão”, completou.
Próximos os - Conforme o edital, os candidatos poderão entrar com recurso entre os dias 9 e 13 de junho. Para Rafael, essa é a única alternativa imediata.
“Acredito que acolherão recursos, mas não muitos, especialmente porque o MPMS não tem tradição de ter lista extensa de aprovados”, afirmou.
O concurso foi organizado pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) ao custo de R$ 496 mil, sem licitação. Foram abertas 10 vagas com salário inicial de R$ 32,2 mil. Cerca de 2 mil candidatos se inscreveram e apenas 10% chegaram à segunda fase.